quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Presença masculina ajuda na diversidade

*Texto enviado por Marilda Duarte. Confira o texto e foto na página do Estadão.

Especialistas apontam que crianças necessitam de referencial paterno
Mariana Mandelli

O aumento de profissionais do sexo masculino na educação infantil é visto de forma positiva e natural pelos especialistas na área. Segundo eles, o crescimento se deve principalmente à nova dinâmica de relações da sociedade atual e à superação de preconceitos.

"A ideia de que não é natural homem trocar fralda foi socialmente construída, baseada em uma grande discriminação", diz a professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Cláudia Vianna. "É como se o homem, necessariamente, não fosse capaz de cuidar de um bebê, podendo derrubá-lo no chão a qualquer momento."

O preconceito contra os professores nas creches, de acordo com educadores, decorre de diversas questões. "Está relacionado, principalmente, à discriminação dos homossexuais e ao medo que os pais têm da pedofilia", ressalta Cláudia. No entanto, a situação, dizem os educadores, começou a mudar nos últimos 15 anos.

Novo Olhar
Apesar da resistência de alguns pais e até mesmo de instituições de ensino infantil, os homens estão conseguindo se firmar como educadores, trazendo para as crianças uma diversidade no ambiente escolar e novos olhares sobre os conteúdos dados. "Precisamos dos dois referenciais, masculino e feminino, para educarmos nossas crianças", opina Cisele Ortiz, educadora e coordenadora do Instituto Avisa Lá, organização não governamental que trata de temas educacionais.

Segundo Cisele, o papel de educar pode ser exercido por profissionais de ambos os sexos, independentemente da idade dos alunos, já que a presença dos homens traz mais diversidade à escola. A especialista chama atenção ainda para a importância da imagem do homem na vida dos alunos.

"Essa referência de paternidade é necessária de uma forma geral nas creches", explica. "Ainda mais porque existem crianças que não têm isso em casa e a escola precisa oferecer a elas a figura masculina e a função paterna."

Valorização
A questão financeira também é um dos fatores que vêm atraindo mais homens para o setor. "O educador, homem ou mulher, nos últimos anos, estava muito desvalorizado", afirma a professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Neide Noff.

"Mas, na última década, temos percebido que a educação vai de novo se tornar uma opção de primeiro emprego, com salários melhores e mais prestígio", explica. Segundo Neide, a profissão tende a se firmar ainda mais em períodos de crise econômica.

Perfil
3.077 é o total de homens trabalhando na educação infantil
1.297 são os homens que trabalham nos CEIs
1.780 são funcionários homens nas EMEIs
33.125 são as mulheres que trabalham na rede municipal

Fonte:
15 de Fevereiro de 2010

Sugerido por:
Marilda Duarte
Celular 11 8259 9733

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