segunda-feira, 17 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Workshop sobre Prevenção da Violência
Local: ExpoUnimed
Curitiba, Paraná
Data:20 de outubro de 2010
Horário: Módulo 1 – 8:00-12:00
Módulo 2- 14:00-16:00
Inscrições: Gratuitas – www.sbponline.org.br
Agenda:
Módulo 1
1. Violência, Cidadania e Ciência: O desenvolvimento de valores éticos na infância.
João Augusto Figueiró, médico, Instituto Zero a Seis, São Paulo, SP.
2. Crianças e adolescentes em situações de violência.
Lucia Abelha Lima, médica psiquiatra e epidemiologista. Prof Adjunta do Instituto de Estudos da Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IESC-UFRJ).
3. Lendo Lolita para compreender o abuso sexual da criança e do adolescente.
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, Professora Titular, Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Psicologia, LAPREV (Laboratório de Análise e Prevenção da Violência).
4. A importância da avaliação clínica e multidisciplinar integrada nos casos de suspeita de abuso sexual da criança e do adolescente.
Evelyn Eisenstein, médica pediatra e clínica de adolescentes, Prof Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM-UERJ).
Módulo 2
1. Prevenção da violência doméstica contra crianças e adolescentes (VDCA): que objeto é esse? .
Maria Amélia Azevedo, Professora Livre Docente, Universidade de São Paulo, USP, LACRI (Laboratório da Criança).
2. A importância da prevenção primária da violência: O papel de pais e cuidadores.
Júlia da Silva. Diretora do Departamento de Prevenção á Violência. American Psychological Association.
3. Um programa de capacitação para profissionais de psicologia que atendem vítimas de abuso sexual.
Silvia Koller, Professora Titular. Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), CEP-RUA.
4. Crianças expostas à violência conjugal.
George Holden, Methodist University, Departamento de Psicologia, Dallas, Texas.
quinta-feira, 1 de abril de 2010
tweet Rio terá semana de prevenção da violência na primeira infância
*Matéria do Site O Repórter (clique para conferir na página original)
Rio de Janeiro (O Repórter) - O estado do Rio desenvolverá a "Semana Estadual de Prevenção da Violência na Primeira Infância", a ser celebrada anualmente entre os dias 12 e 18 de outubro.
A Assembleia Legislativa do Rio aprovou nesta quarta-feira (31/03), em segunda discussão, um projeto de lei, que cria a campanha destinada à conscientização sobre a importância dos primeiros anos de vida (até os seis anos de idade) para a formação dos cidadãos.
Na semana, serão desenvolvidas atividades pelo setor público para a conscientização sobre as verdadeiras causas da violência – e suas possíveis soluções. "O projeto tem como objetivo mostrar a importância de se implementarem políticas sociais voltadas para a prevenção da violência. E também, conscientizar as autoridades investidas e a população sobre as verdadeiras causas dela", afirma o autor da proposta, deputado Sabino (PSC).
O texto será enviado ao governador Sérgio Cabral, que terá 15 dias úteis para sancionar ou vetar o projeto.
terça-feira, 16 de março de 2010
Promundo lança manual para orientar ação sem violência
Disponível para a venda na loja virtual do Promundo, em português e espanhol, ou, ainda no formato PDF (em português, espanhol e inglês), gratuitamente, no mesmo site (http://www.promundo.org.br/52866), o manual, denominado “Pelo fim dos castigos físicos e humilhantes”, traz em seu conteúdo análises e descrições que facilitam a identificação de situações de violência, bem como sugestões de práticas educativas adequadas e atividades para abordar o tema com grupos e famílias.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Falta de estrutura compromete trabalho dos conselhos tutelares
Gilberto Costa, da Agência Brasil
Os conselhos tutelares são uma das principais portas de entrada das denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cabe aos conselhos atender e aconselhar os pais ou o responsável, requisitar serviços públicos, como os de segurança, encaminhar ao Ministério Público denúncia de crime e até acionar a Justiça.
O cumprimento dessas obrigações fica comprometido, no entanto, pela falta de estrutura. “A maioria dos conselhos não tem a estrutura de trabalho. Os salários são baixos, não há carro para deslocamento, faltam computadores e impressoras para o trabalho”, resume o advogado Ariel de Castro Alves, da Comissão de Criança e Adolescente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo a pesquisa Os Bons Conselhos, feita em 2006 pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats), “as condições mais fundamentais estão longe de atingir a cobertura plena: privacidade do local de trabalho, disponibilidade de textos legais para consulta e referência, telefone, veículo”.
A precariedade dos conselhos tutelares pode ser verificada na capital federal. A situação do recém-instalado Conselho Tutelar do Riacho Fundo 2, cidade a 18 quilômetros de Brasília, ilustra as constatações da pesquisa do Ceats.
Segundo a conselheira Ana Maria da Silva, o atendimento à população está sendo feito de pé porque faltam cadeiras. Além disso, não há espaço adequado.
“O local que nos foi cedido no momento são duas salas. Deveríamos ter uma para cada conselheiro [cinco no total] para respeitar a individualidade e o sigilo de cada pessoa que vem nos procurar. Isso não existe”, lamenta. O conselho tutelar do Riacho Fundo 2 funciona em um galpão de obras da administração regional.
Para o representante da OAB Ariel de Castro, também falta formação aos conselheiros e a compreensão dos papéis da polícia, do Ministério Público e da Justiça no encaminhamento de casos de abuso sexual.
De acordo com a pesquisa do Ceats, em um terço dos conselhos tutelares, nenhum membro recebeu capacitação nem mesmo participou de uma palestra.
O efeito dessa situação é o mau atendimento da população, inclusive em casos de extrema vulnerabilidade como o das vítimas de abuso sexual.
“Eu trabalho no interior de Santa Catarina e a gente vê situações em que uma menina de 13 anos vai viver maritalmente com o namorado e isso é aceito culturalmente inclusive pelo conselheiro. É preciso, portanto, qualificação sobre o papel do conselheiro e mais estrutura de atendimento”, defende a promotora de Justiça Helen Sanches, primeira-secretária da Associação Brasileira de Magistrados, Promotores de Justiça e Defensores Públicos da Infância e da Juventude (ABMP).
Aos problemas de estrutura física e de disponibilidade material, soma-se a ausência de políticas públicas. “Como o conselho tutelar vai proteger se no município não tem um projeto que preste atendimento psicológico? Como vai atender se não tem uma casa abrigo? A proteção depende da política pública. Precisamos melhorar a estrutura dos municípios”, aponta a promotora.
De acordo com Helen Sanches, a denúncia ao conselho deve ser seguida de um boletim de ocorrência na delegacia.
“Muitas vezes, a própria mãe se omite de fazer a queixa porque depende [financeiramente] do agressor. É obrigação do conselheiro registrar o boletim de ocorrência, verificar se fizeram o registro corretamente, acompanhar o que foi feito na apuração, encaminhar a criança ou adolescente para o tratamento psicológico e atendimento médico”, ressalta ao citar as atribuições previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente.
(Agência Brasil)
Fonte:
Agência Brasil
06 de Fevereiro de 2010 - 11h30
Sugerido por:
Marilda Duarte
www.textoseideias.com.br
Celular 11 8259 9733
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Pousadas de João Pessoa irão solicitar identificação de hóspedes para combater exploração sexual
Os proprietários dos estabelecimentos receberam orientações dos representantes do MPPB e do MPT e um cartaz que deverá ser afixado na recepção para alertar os clientes sobre a determinação. Também foram distribuídos exemplares do Código de Conduta do Turismo contra a exploração sexual de crianças e adolescentes na Paraíba. De acordo com o TAC, o código - que está traduzido em inglês, alemão, espanhol e francês - que especifica as penalidades previstas na lei para quem explorar sexualmente crianças e adolescentes, deverá ser disponibilizado nos quartos e na recepção das pousadas.
Ainda de acordo com o TAC, as pousadas que tiverem estacionamento deverão exigir a identificação e anotar a placa do veículo. As informações, diz o MPPB, são sigilosas e serão cadastradas em um banco de dados do próprio estabelecimento. Os proprietários também se comprometeram a comunicar ao Ministério Público ou à polícia a suspeita de crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes no estabelecimento.
O prazo para adequação às novas regras é de 30 dias. As pousadas que descumprirem o TAC serão multadas em R$ 5 mil por cada cláusula desrespeitada e poderão ser fechadas.
- A exigência de documento de identificação é uma forma de prevenir crimes de pedofilia e de exploração sexual contra crianças e adolescentes. Não podemos supor pela aparência da pessoa que ela é menor de idade. Estamos lutando por um bem maior e queremos que os empresários entendam que eles também têm o compromisso e o dever de cumprir a lei - disse a promotora de Justiça da Infância e Juventude Soraya Escorel.
Segundo o MP, o próximo setor que será notificado para a assinatura do TAC é o hoteleiro. No final do ano passado, os proprietários de motéis localizados em João Pessoa já assinaram o termo. No caso de motéis, o descumprimento do TAC implicará em multa de R$ 20 mil por cláusula desrespeitada.
Publicado no Jornal:
O Globo
Em *05/02/2010* às 16h33m
Enviado por:
Gabriela Azevedo de Aguiar
Assistente Sênior de Programa/Senior Programme Officer
Instituto Promundo
Rua Mexico 31 / 1502
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Tel/fax: +(55-21) 2215-5216
www.promundo.org.br
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Experiências comunitárias mostram que palmada não resolve
Por Lea Cunha e Maíra Streitm, da ANDI
Como as crianças se sentem quando são castigadas fisicamente com tapas, puxão de orelha, chineladas e outros meios? O que se passa com elas quando ficam presas em quartos escuros ou são humilhadas? Elas são capazes de entender por que os pais as agridem (mesmo quando dizem bater para educar)?
Um estudo realizado pelo Instituto Promundo (organização não governamental brasileira que funciona há doze anos no Rio de Janeiro) ouviu pais e crianças em três comunidades cariocas para compreender melhor como eles veem o fenômeno dos castigos físicos e humilhantes. O trabalho, intitulado Crianças Sujeitos de Direitos, envolveu, ao todo, 65 crianças e adolescentes e 600 pais, mães e cuidadores de crianças.
Como parte do mesmo estudo, foram promovidos 45 encontros de sensibilização e uma campanha comunitária com o objetivo de modificar as práticas da educação infantil por parte das famílias e reduzir atitudes e comportamentos de violência intrafamiliar. Além disso, o projeto desenvolvido pelo Instituto pretendia identificar que estratégias teriam sucesso na promoção desses relacionamentos mais harmoniosos e não violentos para a erradicação do castigo físico contra a criança e promoção do desenvolvimento infantil no âmbito familiar.
Raio-X dos Castigos Físicos
Os piores métodos de castigo apontados pelas crianças foram a palmada no braço; ficar de castigo no banheiro; ficar de castigo no quarto; tapa na cabeça; paulada; puxão de orelha e chinelada. A maioria delas admitiu sentir medo, tristeza e raiva quando sujeitadas à punição física ou humilhante. Relatos dos especialistas que participaram do processo apontam que o tema levantou sentimentos muito fortes. Foram constatadas sensações de tristeza, infelicidade, depressão e, principalmente, dor e raiva quando os pais utilizam castigos físicos e humilhantes. Os depoimentos também apontam que as crianças sentem rejeição, menosprezo e marginalização. Elas relataram humilhação e impotência pelo fato de não poderem revidar o que foi sofrido.
Meninos e meninas ouvidos na pesquisa também disseram ficar muito ressentidos nos momentos em que sentem que seus pais não os escutam nem levam seus desejos em consideração. Muitos descreveram tentativas desesperadas de tentar se fazer ouvir pelos adultos. Há também uma carência por mais demonstrações de afeto e uma escuta atenta por parte de pai e mãe.
A mãe foi a pessoa que apareceu com maior frequência nos depoimentos das crianças como a aplicadora de castigos, principalmente os físicos, seguida dos irmãos e tios. O estudo aponta que isso se deve, provavelmente, ao fato de que elas passam mais tempo com seus filhos do que os demais.
Quando as crianças foram indagadas diretamente sobre as alternativas que seus pais poderiam usar para discipliná-las ao invés de utilizarem castigos físicos e humilhantes, a única possibilidade levantada foi que elas não repetissem o comportamento que desagradou seus pais, talvez porque o uso do castigo físico já seja legitimado e internalizado como correto. O castigo físico, quando aplicado por um longo período, não surte mais o efeito desejado pelos adultos, ou seja, o comportamento infantil indesejado segue acontecendo. O que as crianças afirmam é que não lembram o motivo pelo qual foram castigadas.
Ouvindo pais e mães
Os pais e mães ouvidos na pesquisa acreditam que estão batendo para educar, mas se esquecem que estão utilizando a mesma justificativa para conter ou punir a violência das crianças quando estas apresentam comportamento agressivo. Isso foi observado em um grupo de crianças que relatou apanhar após baterem nos seus irmãos. As declarações indicam que os pequenos reproduzem o comportamento violento dos seus pais. A chamada “transmissão geracional da violência” foi uma hipótese bastante considerada, pois algumas crianças, em seus discursos, afirmam que educarão seus filhos com violência, como seus pais. Essa contribuição negativa reforça a ideia de que a violência é um método educacional aceitável e a constante exposição à agressão faz com que os pequenos recorram mais facilmente a ela no trato com as outras pessoas.
Durante o trabalho nas três comunidades cariocas (Pedra de Guaratiba, Cantagalo e Cancela Preta), os pais, ao serem indagados sobre em quais momentos a criança merecia apanhar, responderam, em sua maioria (cerca de 80%), a falta de respeito às ordens dos adultos. Cerca de 63% dos entrevistados afirmaram também que “crianças de que não apanham ficam sem limites”.
Mudança de comportamento
As oficinas com pais e cuidadores discutiram temas como direitos infanto-juvenis e relações familiares. Antes e depois das oficinas foram aplicados questionários sobre o conteúdo difundido. A intenção era perceber se durante a troca de experiências foi assimilada a defesa pelo fim dos castigos físicos e tratamento humilhante. Antes do projeto, por exemplo, cerca de 62% dos pais nunca haviam ouvido falar sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O índice de pais que achavam que as crianças têm direito de discordar aumentou de 44% para 55%. E aqueles que afirmavam que crianças que não apanham ficam sem limites caiu para 28%.
Na avaliação sobre os impactos das oficinas, o Instituto Promundo aponta que os pais que veem suas crianças como “pessoas com direitos” são menos propensos a usar punição física. Apesar de existirem relatos de crianças que não concordam com os castigos recebidos, a cultura brasileira, com base na escravidão, reforça a dinâmica de que a força pode disciplinar alguém que tenha menos poder e força física ou esteja em condição de dependência. A herança escravocrata é visível no atual discurso infantil, onde os pequenos afirmam que compreendem e justificam a educação violenta que recebem. Essa educação perpetua o ciclo da violência, pois as crianças acabam aprendendo que a violência é um meio justificável para a resolução de seus problemas.
As principais questões levantadas pela pesquisa foram: Como promover uma educação sem violência contra crianças e estimular a sua participação no ambiente familiar? Como medir mudanças de atitudes dos cuidadores em relação às crianças? Quanto tais mudanças reduzem o uso dos castigos físicos e humilhantes contra crianças?
Dentre as lições aprendidas foi ressaltado que filho é sim assunto de homem; que castigo físico e humilhante está totalmente naturalizado e incorporado no cotidiano das famílias e há dificuldade em reconhecer tais atos como violência. Foi dito pelos grupos que existe necessidade das cuidadoras terem um espaço de escuta e compartilhamento de sentimentos com os pais sobre o dia-a-dia com os filhos deles; que falta bases de apoio na criação dos filhos. Concordaram que o ciclo da violência no espaço da casa é reproduzido e que é importante ouvir e conhecer experiências positivas de educação dos filhos.
Rede Não Bata, Eduque
Desde 2005, a Rede Não Bata, Eduque - formada por instituições e pessoas físicas - procura gerar o debate sobre o fim dos castigos físicos e o tratamento humilhante de crianças e adolescentes no Brasil. Para isso, a Rede trabalha na promoção de advocacy político e social do tema, a fim de que a medida se torne lei, ou seja, para que se tornem oficialmente proibidas manifestações defendidas como de caráter “educativo” como palmadas, puxões de orelhas, pancadas e situações humilhantes contra meninos e meninas. Para conseguir seu objetivo, além de um trabalho junto a deputados, senadores e atores sociais, a Rede promove seminários, palestras e atividades em comunidades para despertar o interesse pela discussão e pelo combate a essas práticas.
Experiências exitosas
A Rede Não Bata, Eduque, em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), realizou, em 2008, um concurso com o objetivo de selecionar as melhores iniciativas na prática de educação positiva, baseada no diálogo e em métodos educacionais que não utilizam castigos físicos e humilhantes. Foram 32 instituições inscritas, de norte a sul do país. Destas, quatro foram premiadas.
O projeto Brincando com a realidade - Grupo de crianças vítimas de violência doméstica conquistou o primeiro lugar. O programa foi criado em 2007 no Centro Educacional Prefeito Luis Adelar Soldatelli, na cidade de Rio do Sul (SC), pela psicóloga Mariane Steffen e a assistente social Francinês Swib, após perceberem na escola um número significativo de casos de vítimas de violência. Os professores, então, passaram a receber palestras de como identificar a agressão por sinais físicos e comportamentais apresentados pelos alunos. A partir daí, as crianças são acolhidas em grupos que propõem a troca de experiências e a livre expressão de sentimentos, com atividades de relaxamento, músicas, vídeos, conversas e jogos pedagógicos. “Podemos perceber os resultados pela diminuição dos casos reincidentes, a melhoria na relação familiar e a motivação dos alunos para irem aos encontros”, afirma Mariane.
A Campanha pelos bons tratos com crianças e adolescentes, promovida pelo Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social, ficou em segundo lugar no concurso. A cada ano, o grupo de Recife (PE), elabora atividades diferentes que chamem atenção para a causa. Já houve panfletagem, distribuição de material informativo e rodas de leitura. Mas a repercussão da campanha veio com a personagem Florisbela Sorriso, heroína de histórias em quadrinhos criada para informar a população sobre a necessidade de combater atitudes de violência e disseminar a cultura de paz.
A Secretaria Municipal de Saúde do município de Canoas, Rio Grande do Sul, conseguiu o terceiro lugar com o Serviço especializado no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência (SACAV). Há doze anos, o sistema recebe denúncias de violência de escolas, emergências de hospitais, fóruns e conselhos tutelares. Após o registro das ocorrências, as vítimas têm acompanhamento constante de psicólogas e psiquiatras e os pais são conduzidos a assistentes sociais.
O programa Educar sem violência: prevenção da violência física familiar contra crianças do Instituto Dom Fernando, da Universidade Católica de Goiás, dividiu com o SACAV o terceiro lugar. Nele, são atendidas trinta famílias, com visitas domiciliares realizadas por uma psicóloga e uma estagiária. Elas promovem o diálogo entre pais, mães, avós, tios e tias e estimulam as crianças e adolescentes a falarem sobre o que pensam da educação que recebem. Assim, as pessoas refletem sobre seu modo de agir e procuram estratégias pedagógicas para evitar o uso da violência.
Publicado por:
Lea Cunha e Maíra Streitm, da ANDI
Site: Mercado Ético
Em 02/2/2010
Enviado por:
Tamara Gonçalves
Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana
Tel: +55 11 3472-1608
tamara@alana.org.br
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Divulgação: Programa Inclusão sobre Primeira Infância e Cultura de Pa
A reportagem traz trechos do documentário sobre Richard Tremblay e as origens da violência, assim como os professores Michael Lewis e Peter K. Smith que apresentam as origens do comportamento instintivo desde os bebês até os primeiros anos. Segundo os pesquisadores, este é um momento crucial para o domínio da linguagem como ferramenta para que a criança possa se afirmar de maneira pacífica, e mediar seus interesses e conflitos sem precisar recorrer à violência ou ameaçar sua socialização.
O programa destaca o importante trabalho do Instituto Berço da Cidadania que aborda a questão da adoção e da formação de cuidadores. Dirce França, psicóloga do Instituto, comenta sobre a importância dos cuidadores estarem bem preparados para que as crianças não aprendam a ver os adultos como ameaças e, pelo contrário, possam se sentir acolhidas e estimuladas desde o berço. Além do Berço, outras organizações da Rede são apresentadas no programa como a Aliança pela Infância, representada por Giovana Barbosa e o UNICEF (por Cristina Albuquerque). Vital Didonet fala, ainda, sobre a importância do Plano Nacional pela Primeira Infância.
Vários parlamentares apresentam depoimentos de apoio à causa da primeira infância, como os Senadores Pedro Simon e José Nery, a Senadora Marisa Serrano e a Deputada Estadual Iraê Lucena.
Ao final, é apresentada a escola Moara de Brasília que faz parte da Rede Waldorf, cujo método é ressaltado por sua busca pela formação de cidadãos livres, estimulados a partir de uma metodologia voltada para o querer, sentir e pensar, e pela busca do conhecimento a partir da ludicidade.
É importante que todos os parceiros escrevam para a TV Senado parabenizando pela iniciativa de produzir este video tão dedicado em divulgar nossa causa. O endereço do programa é inclusão@senado.gov.br.
Para assistir ao video de 1h de duração, acesse a página da TV Senado e busque o link “Conheça os Programas”, depois Jornalismo, e finalmente Inclusão. O programa Inclusão está em destaque na programação de Dezembro de 2009 e estará disponível até o dia 18/01/09. Depois disso, iremos disponibilizar o video no youtube no canal da RNPI.
Entre tapas e beijos

Começar a freqüentar a Educação Infantil significa viver situações inéditas: afastar-seda família, conviver com um grupo maior e fazer atividades em conjunto. Além disso, a criança aprende novas regras de convivência. Tudo isso desperta sensações que, muitas vezes, a fazem sofrer. Como ainda não compreende o que sente (nem sabe lidar com essas novidades), é comum ela reagir fisicamente, batendo nos colegas, mordendo ou chorando.Para lidar com essas manifestações, é importante analisar como está o desenvolvimento da maturidade emocional de cada criança. O ponto de partida é o diálogo com a família, para saber se em casa as reações são semelhantes e para se inteirar de fatos que possam mexer com as emoções dela, como a chegada de um irmão ou a separação dos pais.
Até os 3 anos, os pequenos utilizam principalmente o corpo para se expressar. No caso do bebê, o choro é uma questão de sobrevivência e um alerta de que ele precisa de atenção. Com o passar dos anos, no entanto, esse artifício fica mais complexo. "Apesar de ter origem orgânica, as lágrimas produzem um efeito social logo percebido pela criança", diz a pesquisadora Heloísa Dantas, autora de A Infância da Razão. Esse uso sofisticado do choro e de manifestações corporais - como bater num colega ou destruir brinquedos - faz com que a mensagem seja logo compreendida pelos adultos.
Maria Rocicler da Cunha Silva, professora da creche-escola Casa da Tia Léa, em Fortaleza, destaca uma situação. Um menino de 4 anos, com histórico de dificuldade de adaptação em outras escolas, alternava momentos de hiperatividade e de apatia. Às vezes, destruía objetos, em outras falava pouco. Ao conhecer os pais, ela percebeu que a criança estava abalada por sentir que a família o via como "garoto problema". Resultado: os amiguinhos não queriam brincar com ele por considerá-lo violento.
A professora começou a trabalhar na reversão dessa imagem. Como o menino tinha habilidade para desenho, ela começou a mostrar à turma as qualidades do colega. Lançou-o como ilustrador oficial da sala: ele ensinava todos a traçar determinada figura e ajudava nas atividades de Artes. Aos poucos, a classe passou a enxergá-lo de maneira diferente. "Sentindo-se aceito, ele se envolveu menos em conflitos", conta Maria Rocicler. Com muita conversa, está aprendendo a dominar melhor seus momentos de raiva, frustração e agitação.
Letícia Nascimento, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Mackenzie, em São Paulo, diz que a atuação de Maria Rocicler "faz com que a criança não seja encarada como um ruído em sala". Segundo ela, é papel do professor utilizar as qualidades de cada um para ajudá-los a lidar com os problemas. Uma boa atividade é a roda de conversa. Nela, cria-se um ambiente em que todos falam como se sentem em relação a episódios ocorridos em classe ou em casa.
Diferentes necessidades
A partir dos 3 anos, a criança traça os pilares de sua vida afetiva. Ela quer sentir-se amada e reconhecida pelas pessoas que a cercam. O carinho é importante e as intervenções do professor em situações de conflito devem ter essa tônica. "O educador precisa ser firme ao mostrar limites, mas manter a calma e não gritar", orienta a psicanalista Ana Carolina Carvalho. Se for o caso de punição, é preciso manter a lógica e ligar o castigo à reversão do problema causado, nunca à restrição de outra coisa.
"Se alguém quebra a boneca da colega, deve ajudar a consertar", conta a professora Alessandra Alves, da Casa da Tia Léa. Quando duas crianças de sua turma de 4 anos entram em conflito, ela as chama para uma conversa. "Lembro que o colega tem de ser tratado com respeito."
Em qualquer momento, a criança deve ser estimulada a expressar os sentimentos por meio da fala - não do corpo. Mas, para fazer isso, é preciso identificar a emoção que causa o desconforto. E o professor pode ajudar a compreender, por exemplo, por que o pequeno quer rasgar o trabalho do colega. Nessa hora, é uma boa fazer perguntas como "Você está nervoso? Não conseguiu pegar o giz que queria?" e dar soluções: "Converse com seu amigo com calma e peça para usar o giz depois". Assim, todos notam que podem ter o que desejam na base do diálogo.
A articulação verbal e o controle das emoções geralmente caminham juntos e são atitudes que podem ser aprendidas. Com a aproximação do final do ciclo da infância, a criança começa a se interessar menos por conflitos internos e pelo que está no seu círculo de relações e passa a focar-se no mundo ao seu redor para conhecê-lo e entendê-lo. Esse passo se dá de maneira mais saudável quando ela usa a razão para controlar os sentimentos. "O interesse pelo conhecimento leva ao amadurecimento emocional e vice-versa", afirma Letícia Nascimento. O desafio de se manter na esfera do racional, porém, estará presente até a idade adulta. "Afinal, emoção e razão têm uma relação dialética, se complementam."
*Foto copiada da reportagem (autor: Draulio Joca)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Sobre a Pedagogia da Cinta...
A Secretaria Executiva vai solicitar, por e-mail, aos que desejarem gravar um pequeno vídeo (de 30 segundos), sobre uma pedagogia que respeita os direitos da criança. Os depoimentos que chegarem serão editados e o vídeo será posto nos veículos de comunicação (como o Youtube, por exemplo).
Quem não viu o vídeo do Prates, pode entrar na lista dos e-mails recebidos no dia 1/12/2009, o arquivo está numa mensagem enviada pela Paula Tubelis (ou assistir abaixo). As opiniões dos membros da RNPI também foram expressas nos e-mails.
Jornada promovida pelo Instituto Sedes Sapientiae
O Instituto Sedes é uma instituição que, há mais 30 anos, trabalha “nas áreas da saúde mental, educação e filosofia, caracterizando-se pelo compromisso em analisar e responder as exigências do contexto social para a construção de uma sociedade baseada nos princípios da solidariedade e da justiça social.”
Atuam, assim, tanto pelo atendimento ao público em sua clínica como pelo treinamento e formação de profissionais em temas específicos nas áreas da filosofia, educação e saúde mental.
Para saber mais sobre o Instituto Sedes Sapientiae, clique aqui.
Para maiores informações sobre o evento, consulte o post "Evento Violência Política e Social".
CPI do desaparecimento de Crianças ouviu o Desembargador Siro Darlan

Na opinião do magistrado, existem três grandes entraves ao combate ao desaparecimento das crianças, entre eles, a negligência das prefeituras, que não especializam policiais e técnicos para essa tarefa, nem investem em treinamento dos conselheiros tutelares. Defendeu a criação de delegacias especializadas para lidar com crianças vítimas de violência e abuso sexual, inclusive dos próprios familiares. Finalmente, apontou os investimentos em Educação como alternativa para a maioria dos problemas das crianças e adolescentes.
Nos próximos dias, a CPI irá itinerar por alguns Estados, colhendo depoimentos e ouvindo atores políticos envolvidos na questão. No dia 03/12, foi realizada uma reunião na Assembléia Legislativa do Estado da Bahia e no dia 04/12 será a vez da Assembléia do Rio Grande do Norte.
O Plenário da Câmara aprovou a prorrogação do prazo da CPI por mais 60 dias, devendo trabalhar até meados de março de 2010.
É possível assistir ao depoimento do Desembargador pelo site da Câmara, clique aqui.
Mais informações sobre a agenda da CPI, aqui.
Foto de Siro Darlan do site do Tribunal de Justiça do RJ.