sábado, 30 de janeiro de 2010

Convocatoria IX Encuentro Internacional de Educación Inicial y Preescolar - Havana, Cuba

*Texto enviado por Gabriela Aguiar.

O Ministério da Educação de Cuba, o Centro de Referência Latino americana para a Educação Pré-escolar (CELEP) e o Grupo de Intercâmbio Científico (ICE) convidam para o IX Encontro Internacional de Educação Básica e Pré-escolar, com o tema "Atenção não institucional à Primeira Infância: Alternativas e Experiências", que acontecerá entre 12 e 16 de julho de 2010.

Seguem abaixo os detalhes a respeito da agenda, local e custos.

Os interessados podem entrar em contato com o Comitê Organizador:
Centro de Referencia Latinoamericano para la Educación Preescolar (CELEP)
Calle 108 No. 29E08 esquina 29 F, Ciudad Libertad, Marianao, La Habana, Cuba.
Teléfono: (537) 274 14 83 Fax:274 14 82
E-mail: eventointernacional@celep.rimed.cu; celepevento@gmail.com

Para informações sobre hospedagem e transporte, podem consultar:
Intercambio Científico Educacional (ICE)
Calle 24 No. 116 e/ 1ra y 3ra, Playa, Ciudad de La Habana, Cuba, C.P. 11300.
Teléfono: (537) 2033221 Fax: (537) 2041697
E-mail: eventos@ice.rimed.cu; eventos3@cbtevent.cbt.tur.cu



Programa - IX Encuentro CELEP - Cuba

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Unicef denuncia rapto de ao menos 15 crianças em hospitais do Haiti

*Matéria retirada da Folha Online.

O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) denunciou nesta sexta-feira o rapto de ao menos 15 crianças em hospitais do Haiti, país devastado por um terremoto de magnitude 7 no último dia 12.

"Infelizmente constatamos o rapto de 15 crianças em diferentes hospitais do Haiti e suspeitamos de que foram sequestradas por redes de tráfico de pessoas por meio de Santo Domingo", afirmou em entrevista a jornalistas Jean-Claude Legrand, assessor de proteção da infância do Unicef.

A metade da população do país caribenho --que já antes do terremoto era o mais pobre do continente americano-- é de menores de 18 anos. O Unicef estima que 2 milhões de crianças tenham sido afetadas pelo terremoto e apoiou a saída rápida dos menores cujos processos de adoção foram concluídos antes da tragédia, mas advertiu que "qualquer precipitação pode ser prejudicial".

Segundo Legrand, o tráfico de crianças já existia no Haiti antes do terremoto, com vínculos com redes internacionais de adoção ilegal. Os traficantes, contudo, aproveitam tragédias como o terremoto para roubar crianças que ficaram órfãs ou cujos parentes ainda não foram encontrados.

"Tivemos o mesmo problema no tsunami", disse Legrand, se referindo a onda que atingiu a Ásia em 2004. "Estas redes se ativam assim que ocorre uma catástrofe e aproveitam a debilidade na coordenação dos responsáveis no local para sequestrar as crianças e tirá-las do país".

Alerta

O Unicef afirmou na segunda-feira (19) que a adoção internacional de crianças haitianas que ficaram órfãs após o terremoto é considerada "a última opção".

"Nossa política é tentar a todo custo encontrar parentes da criança, e conseguir a reunificação familiar. A adoção é vista como a última opção, quando todas as outras tiverem fracassado", disse a porta-voz do Unicef, Veronique Taveau.

Em entrevista a jornalistas, Taveau insistiu em que a agência da ONU está trabalhando para encontrar e identificar as crianças que ficaram sozinhas após o tremor de terra no Haiti.

Três importantes ONGs pediram na quarta-feira (20) que sejam atrasadas as adoções de crianças haitianas após o terremoto. A Save The Children, a World Vision e a Cruz Vermelha Britânica defenderam uma paralisação em novas adoções até que sejam realizados todos os esforços possíveis para reunir as centenas de milhares de crianças separadas de suas famílias.

As ONGs defendem que se as adoções não forem suspensas existe o risco de algumas famílias se romperem para sempre. "Tirar as crianças do país as separará permanentemente de suas famílias, uma separação que agravará o trauma agudo que já estão sofrendo", disse a diretora executiva da Save The Children, Jasmine Whitbread.

"As crianças não devem sair do Haiti nesse momento a não ser com familiares sobreviventes ou em caso de adoções que já estavam em curso e com todos os documentos legais requeridos", disse o diretor da World Vision, Justin Byworth.

Alguns países ricos, como Espanha, Holanda, Estados Unidos e França, decidiram depois do terremoto acelerar os processos de adoção de crianças haitianas já aprovados.

Nova integrante da equipe da Secretaria Executiva

Um pequeno histórico de nossa nova companheira

Ana Rosa Beal foi professora de educação infantil e ensino fundamental em São Paulo. Em Brasília trabalhou na Coordenação de Educação Infantil e foi Chefe de Divisão de Creche do Ministério da Educação, planejando e assessorando a implantação de projetos educacionais, ministrando cursos e elaborando textos. Fez estágio na França em 26 "Écoles Maternelles" e Mestrado em Educação na UnB, com área de concentração em Currículo da Pré-Escola, e deu aulas sobre educação infantil e educação a distância na Faculdade de Educação da UnB. Assessorou, ainda, a Pastoral da Criança em nível nacional.

Divulgação: Programa Inclusão sobre Primeira Infância e Cultura de Pa

Ao longo da Semana de Primeira Infância e Cultura de Paz, alguns parceiros da RNPI ofereceram diversas entrevistas para a TV Senado. Grande parte do resultado deste trabalho está na reportagem sobre Primeira Infância e Cultura de Paz que foi exibida pela TV Senado em todo o país e que agora está disponível na internet. O programa é dirigido e apresentado por Solange Calmon e aborda diversos temas sobre a questão da infância e cultura de paz, proteção integral, adoção e políticas públicas.

A reportagem traz trechos do documentário sobre Richard Tremblay e as origens da violência, assim como os professores Michael Lewis e Peter K. Smith que apresentam as origens do comportamento instintivo desde os bebês até os primeiros anos. Segundo os pesquisadores, este é um momento crucial para o domínio da linguagem como ferramenta para que a criança possa se afirmar de maneira pacífica, e mediar seus interesses e conflitos sem precisar recorrer à violência ou ameaçar sua socialização.

O programa destaca o importante trabalho do Instituto Berço da Cidadania que aborda a questão da adoção e da formação de cuidadores. Dirce França, psicóloga do Instituto, comenta sobre a importância dos cuidadores estarem bem preparados para que as crianças não aprendam a ver os adultos como ameaças e, pelo contrário, possam se sentir acolhidas e estimuladas desde o berço. Além do Berço, outras organizações da Rede são apresentadas no programa como a Aliança pela Infância, representada por Giovana Barbosa e o UNICEF (por Cristina Albuquerque). Vital Didonet fala, ainda, sobre a importância do Plano Nacional pela Primeira Infância.

Vários parlamentares apresentam depoimentos de apoio à causa da primeira infância, como os Senadores Pedro Simon e José Nery, a Senadora Marisa Serrano e a Deputada Estadual Iraê Lucena.

Ao final, é apresentada a escola Moara de Brasília que faz parte da Rede Waldorf, cujo método é ressaltado por sua busca pela formação de cidadãos livres, estimulados a partir de uma metodologia voltada para o querer, sentir e pensar, e pela busca do conhecimento a partir da ludicidade.

É importante que todos os parceiros escrevam para a TV Senado parabenizando pela iniciativa de produzir este video tão dedicado em divulgar nossa causa. O endereço do programa é inclusão@senado.gov.br.

Para assistir ao video de 1h de duração, acesse a página da TV Senado e busque o link “Conheça os Programas”, depois Jornalismo, e finalmente Inclusão. O programa Inclusão está em destaque na programação de Dezembro de 2009 e estará disponível até o dia 18/01/09. Depois disso, iremos disponibilizar o video no youtube no canal da RNPI.


Entre tapas e beijos

*Matéria da Revista Nova Escola. Clique aqui para acessar a página original.

Você pode ajudar turmas de creche e pré-escola a expressar os sentimentos com palavras, em vez de recorrer a choro e empurrões

Começar a freqüentar a Educação Infantil significa viver situações inéditas: afastar-seda família, conviver com um grupo maior e fazer atividades em conjunto. Além disso, a criança aprende novas regras de convivência. Tudo isso desperta sensações que, muitas vezes, a fazem sofrer. Como ainda não compreende o que sente (nem sabe lidar com essas novidades), é comum ela reagir fisicamente, batendo nos colegas, mordendo ou chorando.Para lidar com essas manifestações, é importante analisar como está o desenvolvimento da maturidade emocional de cada criança. O ponto de partida é o diálogo com a família, para saber se em casa as reações são semelhantes e para se inteirar de fatos que possam mexer com as emoções dela, como a chegada de um irmão ou a separação dos pais.

Até os 3 anos, os pequenos utilizam principalmente o corpo para se expressar. No caso do bebê, o choro é uma questão de sobrevivência e um alerta de que ele precisa de atenção. Com o passar dos anos, no entanto, esse artifício fica mais complexo. "Apesar de ter origem orgânica, as lágrimas produzem um efeito social logo percebido pela criança", diz a pesquisadora Heloísa Dantas, autora de A Infância da Razão. Esse uso sofisticado do choro e de manifestações corporais - como bater num colega ou destruir brinquedos - faz com que a mensagem seja logo compreendida pelos adultos.

Maria Rocicler da Cunha Silva, professora da creche-escola Casa da Tia Léa, em Fortaleza, destaca uma situação. Um menino de 4 anos, com histórico de dificuldade de adaptação em outras escolas, alternava momentos de hiperatividade e de apatia. Às vezes, destruía objetos, em outras falava pouco. Ao conhecer os pais, ela percebeu que a criança estava abalada por sentir que a família o via como "garoto problema". Resultado: os amiguinhos não queriam brincar com ele por considerá-lo violento.

A professora começou a trabalhar na reversão dessa imagem. Como o menino tinha habilidade para desenho, ela começou a mostrar à turma as qualidades do colega. Lançou-o como ilustrador oficial da sala: ele ensinava todos a traçar determinada figura e ajudava nas atividades de Artes. Aos poucos, a classe passou a enxergá-lo de maneira diferente. "Sentindo-se aceito, ele se envolveu menos em conflitos", conta Maria Rocicler. Com muita conversa, está aprendendo a dominar melhor seus momentos de raiva, frustração e agitação.

Letícia Nascimento, coordenadora do curso de Pedagogia da Universidade Mackenzie, em São Paulo, diz que a atuação de Maria Rocicler "faz com que a criança não seja encarada como um ruído em sala". Segundo ela, é papel do professor utilizar as qualidades de cada um para ajudá-los a lidar com os problemas. Uma boa atividade é a roda de conversa. Nela, cria-se um ambiente em que todos falam como se sentem em relação a episódios ocorridos em classe ou em casa.

Diferentes necessidades

A partir dos 3 anos, a criança traça os pilares de sua vida afetiva. Ela quer sentir-se amada e reconhecida pelas pessoas que a cercam. O carinho é importante e as intervenções do professor em situações de conflito devem ter essa tônica. "O educador precisa ser firme ao mostrar limites, mas manter a calma e não gritar", orienta a psicanalista Ana Carolina Carvalho. Se for o caso de punição, é preciso manter a lógica e ligar o castigo à reversão do problema causado, nunca à restrição de outra coisa.

"Se alguém quebra a boneca da colega, deve ajudar a consertar", conta a professora Alessandra Alves, da Casa da Tia Léa. Quando duas crianças de sua turma de 4 anos entram em conflito, ela as chama para uma conversa. "Lembro que o colega tem de ser tratado com respeito."

Em qualquer momento, a criança deve ser estimulada a expressar os sentimentos por meio da fala - não do corpo. Mas, para fazer isso, é preciso identificar a emoção que causa o desconforto. E o professor pode ajudar a compreender, por exemplo, por que o pequeno quer rasgar o trabalho do colega. Nessa hora, é uma boa fazer perguntas como "Você está nervoso? Não conseguiu pegar o giz que queria?" e dar soluções: "Converse com seu amigo com calma e peça para usar o giz depois". Assim, todos notam que podem ter o que desejam na base do diálogo.

A articulação verbal e o controle das emoções geralmente caminham juntos e são atitudes que podem ser aprendidas. Com a aproximação do final do ciclo da infância, a criança começa a se interessar menos por conflitos internos e pelo que está no seu círculo de relações e passa a focar-se no mundo ao seu redor para conhecê-lo e entendê-lo. Esse passo se dá de maneira mais saudável quando ela usa a razão para controlar os sentimentos. "O interesse pelo conhecimento leva ao amadurecimento emocional e vice-versa", afirma Letícia Nascimento. O desafio de se manter na esfera do racional, porém, estará presente até a idade adulta. "Afinal, emoção e razão têm uma relação dialética, se complementam."


*Foto copiada da reportagem (autor: Draulio Joca)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Em último discurso, Zilda Arns defendeu proteção à infância

*Foto do site Yahoo! (clique na imagem para seguir para a página original)
*Confira a matéria completa no site do Estadão.

SÃO PAULO - Antes de morrer no terremoto que abalou o Haiti, na terça-feira, a médica Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, pediu, no que foi o último discurso, que os agentes sociais locais se engajassem na luta pela proteção à infância e na cobrança do governo por ações nas áreas de saúde e educação. Zilda viajou ao país para participar da Assembleia da Conferência dos Religiosos - com um quórum de 150 pessoas - realizada em Porto Príncipe, região mais atingida pelo tremor.

Pediatra especializada em saúde pública, Zilda Arns recordou o início da carreira como médica e o engajamento na criação da Pastoral da Criança, a pedido do irmão, o arcebispo emérito de São Paulo, D. Paulo Evaristo Arns. Aos haitianos, contou como a Pastoral se desenvolveu no Brasil desde Florestópolis, no norte do Paraná, no início dos anos 1980, até chegar a todo o País.

"Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil voluntários, dos quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres e participam permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno, em serviço da vida e da esperança", disse. "Hoje, a Pastoral está se estendendo a 20 países."

Leia o discurso completo, abaixo.

Morte

O senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, viajou à capital haitiana para acompanhar a liberação da transferência do corpo ao Brasil, que depende apenas de um documento, a ser providenciado pela família. De lá, Flávio Arns relatou as circunstâncias morte da tia à Pastoral da Criança.

Segundo ele, Zilda tinha acabado o discurso numa igreja e conversava com um sacerdote, que queria mais informações sobre o trabalho da Pastoral da Criança, quando ocorreu o tremor. "A doutora Zilda recuou um passo e foi atingida diretamente na cabeça quando o teto desabou. Ela morreu na hora", contou. De acordo com ele, Zilda não ficou soterrada. "O sacerdote que conversava com ela sobreviveu. Já outros 15 que estavam próximos a ela faleceram."


Último Discurso de Zilda Arns

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Agentes auxiliares de creche do Rio terão curso de formação


Os profissionais responsáveis pelos alunos das creches municipais receberão investimento na qualificação do seu trabalho. A partir do dia 19, todos os 1.545 agentes auxiliares de creche que só têm o ensino fundamental participarão de um curso com dois anos de duração. A medida foi anunciada ontem, na inauguração do Espaço de Desenvolvimento Infantil do Caju.

Ao término das aulas, os auxiliares de creche receberão o diploma de ensino médio normal (formação de professores). O curso será semipresencial, ministrado em parceria com a Secretaria estadual de Educação e com o Ministério da Educação (MEC).

A cada seis meses, os profissionais terão duas semanas de aula, além de encontros quinzenais aos sábados, em seis colégios estaduais. O que for aprendido em sala de aula já será aplicado ao longo do curso dentro das creches.

*Confira a foto e mais detalhes no site do jornal Extra online.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O amor entre pais e filhos

*Texto enviado por Marilda Duarte. Confira no blog do Contardo Calligaris.

Não é algo "natural"; como outros
amores, tem razões para surgir,
acabar ou se tornar ódio


DOIS PROJETOS de lei se propõem a legislar em matéria de amor entre pais e filhos (conforme reportagem de Johanna Nublat, na Folha de 20/9). Ambos se baseiam na premissa de que, entre pais e filhos, há obrigações não só materiais, mas também afetivas.

Pelo projeto (4.294/08) do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), os pais devem aos filhos menores a presença e o amor que são indispensáveis para que os jovens vinguem sem carências e feridas que nunca cicatrizariam direito. Reciprocamente, os filhos devem aos pais idosos a presença e o amor sem os quais a vida, na velhice, poderia perder seu sentido.

Concordo: para ser "bom pai" não basta pagar mesada ou pensão, e, para ser "bom filho", não basta pagar o salário de quem faz companhia à velha mãe ou ao velho pai.

O projeto do deputado Bezerra institui o princípio de uma indenização por dano moral, que poderia ser exigida por pais e filhos que tenham sido abandonados afetivamente. Curiosamente, volta-se ao mesmo lugar de onde se queria fugir: "Você pensou que era suficiente pagar? Acha que não me devia também afeto, atenção, cuidados?

Pois bem, pague mais".

Fora esse paradoxo, a dificuldade está na avaliação do que constitui "abandono" afetivo.
Em sua maioria, os neuróticos (ou seja, a gente), mesmo quando conheceram os cuidados assíduos de pai, mãe, avós etc., queixam-se de uma falta de amor invalidante, que os teria deixado para sempre carentes, tristes e inseguros.

Inversamente, numa veia humorística, conheço adultos que, para evitar o almoço de domingo na casa da mãe, pagariam antecipadamente uma indenização. "Mãe, a gente não vai, mas mando os R$ 300 da multa, tudo bem?". A um preço módico, eles protegeriam assim seu casamento dos venenosos comentários maternos sobre as insuficiências da nora.

O outro projeto de lei (700/07), do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), trata só do abandono afetivo das crianças e quer que, aos filhos menores, seja garantida a "assistência moral", que inclui "a orientação quanto às principais escolhas e oportunidades profissionais, educacionais e culturais" e "solidariedade e apoio nos momentos de intenso sofrimento ou dificuldade". Esse projeto não propõe apenas indenizações financeiras para quem foi abandonado, mas transforma o "abandono" num crime, punível com a detenção, de um a seis meses.

De novo, concordo com a "justificação" do projeto: "A pensão alimentícia não esgota os deveres dos pais em relação a seus filhos [...]. Os pais têm o DEVER [sic] de acompanhar a formação dos filhos, orientá-los nos momentos mais importantes, prestar-lhes solidariedade e apoio nas situações de sofrimento e, na medida do possível, fazerem-se presentes quando o menor reclama espontaneamente a sua companhia".

Mas o que dizer sobre os pais dos filhos que saqueiam a casa para comprar drogas? Se eles expulsarem os filhos, irão presos?

E imaginemos uma situação nem tão rara: a de um pai que, um dia, aprende que o filho ou a filha é homossexual, não entende, não aceita e se fecha no mutismo como se quisesse se esquecer da própria existência do filho ou da filha. Esse pai iria preso? Não seria melhor que ele encontrasse um profissional com quem conversar? E, se for aprovado o projeto do deputado Bezerra, o filho que não cuidasse desse tipo de pai na velhice deveria uma indenização ao genitor?

Considerando os dois projetos, a impressão com a qual fico é que a tentação de transformar em norma legal o que seria uma relação minimamente "certa" entre pais e filhos é também (se não sobretudo) uma maneira de negar a seguinte realidade, que é incômoda e que nos choca: contrariamente ao que gostaríamos de acreditar, o amor entre pais e filhos não é incondicional, mas é parecido com os outros amores de nossa vida, tem razões para surgir, para acabar ou mesmo para se tornar ódio.

Filhos e pais não se amam "naturalmente". Claro, a extrema dependência nos primeiros anos da vida humana parece impor o amor entre filhos e pais. E, por exemplo, a mortalidade dos pais faz com que os filhos lhes apareçam, na velhice, como única justificativa de sua vida. Mas essas são apenas circunstâncias que instituem, em nossa cultura, a ilusão de que o amor recíproco entre pais e filhos seja "natural".

Não é assim. O amor entre pais e filhos não é garantido, nem por lei; de ambos os lado, ele pode ser, isso sim, conquistado e merecido.
Ou não.

Autoria:
Contardo Calligaris
Psicanalista, escritor e colunista do jornal Folha de S. Paulo

ccalligari@uol.com.br

Sugerido por:
Marilda Duarte

www.textoseideias.com.br
Celular 11 8259 9733

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Música clássica pode acelerar a recuperação de bebês prematuros, indica pesquisa israelense

*Texto enviado por Gabriela Aguiar. Confira na página do Globo.


RIO - Bebês prematuros, quando expostos a 30 minutos de música clássica por dia, gastam menos energia e se recuperam mais rápido do que os pequeninos que ficam no silêncio total. É o que indica uma pesquisa feita pela Universidade de Tel Aviv e divulgada nesta sexta-feira. O grupo de prematuros que ouviu sinfonias de Mozart cresceu mais rápido e ficou mais forte que seus companheiros de berçário.

- A música de Mozart deixa os bebês mais calmos e menos estressados - afirma o coordenador da pesquisa Dror Mandel.

No estudo, a equipe de Mandel mediu as respostas fisiológicas dos bebês durante e após ouvirem as músicas. Segundo Mandel, o efeito de Mozart é impressionante e pode modificar a forma como os prematuros são tratados nas unidades intensivas no futuro. O estudo foi patrocinado pela instituição americana Newborn Individualized Developmental Care and Assessment Program , que busca melhorar os cuidados com recém-nascidos em todo o mundo, e faz parte de uma série de pesquisas sobre a saúde dos prematuros.

- Acredito que as melodias repetitivas de Mozart mexam com o cérebro dos bebês, reorganizando o córtex. Ao contrário de Beethoven, Bach ou Bartok, apenas Mozart fez músicas com melodias muito repetitivas. Mas ainda não sabemos os efeitos da música a longo prazo, ou até mesmo se outros ritmos teriam o mesmo efeito nos bebês - completa.


Publicado no Jornal:
O Globo
Em *08/01/2010* às 14h53m

Enviado por:
Gabriela Azevedo de Aguiar
Assistente Sênior de Programa/Senior Programme Officer
Instituto Promundo
Rua Mexico 31 / 1502
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Tel/fax: +(55-21) 2215-5216
www.promundo.org.br

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O papel da cultura no desenvolvimento da cognição

*Texto enviado por Neilza Costa. Confira na página da Revista Mente e Cérebro.

Crianças que vivem distantes das facilidades tecnológicas tendem a apresentar habilidades sociais, como a tolerância

Até que ponto o ambiente, as crenças e os valores culturais influenciam a inteligência infantil?

A questão foi investigada por cientistas da Universidade da Califórnia em Riverside, em um estudo com crianças de 3 a 9 anos de quatro países mais pobres: Belize, Quênia,
Nepal e o território Samoa Americana, que vivem em comunidades tradicionais, distantes das facilidades da tecnologia. Elas foram comparadas a pequenos voluntários, da mesma faixa etária, acostumados ao estilo de vida ocidental moderno (eletricidade, automóveis, televisão, internet etc.).

Os resultados mostraram cientificamente aquilo de que os cientistas, interessados em obter pistas importantes sobre as consequências psicológicas da globalização, já desconfiavam: cada cultura estimula o desenvolvimento das habilidades cognitivas que mais valoriza. Mas não foram constatadas diferenças significativas da capacidade -aos recursos tecnológicos se saíram em comunidades tradicionais exibiram de intelectual entre os participantes melhor em alguns tipos de testes de habilidades sociais, como a tolerância, do estudo. As crianças mais expostas aos recursos tecnológicos se saíram melhor em alguns tipos de memória e cálculo. Já as que viviam em comunidades tradicionais exibiram habilidades sociais, como a tolerância, mais bem desenvolvidas.

Autoria:
Revista Mente e Cérebro.

Sugerido por:
Neilza A Buarque Costa
Gerente da Unidade de Programas do Cabo de Santo Agostinho - Brasil
Estrada da Batalha, 1200/38 Módulo 01 - Prazeres
Jaboatão dos Guararapes - PE CEP 54315-570
www.plan.org.br / www.plan-international.org
Tel.: (55-81) 3219-7575

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Estudos mostram que intervenção precoce dos governos na educação pode modificar trajetória que leva à desigualdade

*Texto enviado por Tamara Gonçalves. Confira na página da Folha de São Paulo.

SÃO DE extrema importância -e deveriam nortear o planejamento da educação no Brasil- algumas ideias expostas no seminário "Educação da Primeira Infância", recentemente realizado na Fundação Getúlio Vargas do Rio. O encontro de economistas tinha como meta declarada "inserir a educação de zero a seis anos de idade no centro da agenda de políticas sociais brasileiras".

Os anos de escolaridade cresceram em todas as faixas de renda do país desde os anos 90, e o ensino fundamental foi na prática universalizado. Mesmo quando se divide a população brasileira de 15 anos de idade de acordo com o nível educacional da mãe, o que em geral tem relação proporcional com a renda, é possível notar grandes avanços.
Em 1995, os filhos de mulheres que tinham menos de um ano de estudo formal haviam passado, em média, três anos na escola ao completarem 15 anos. Em 2007, nessa mesma faixa etária, os alunos já acumulavam, em média, mais de cinco anos de estudo. O tempo na escola de alunos oriundos de famílias pobres se aproxima do padrão dos mais ricos. De 1995 a 2007, os filhos de mulheres com mais de 12 anos de escolaridade passaram de seis para sete anos de estudo aos 15 anos, em média.

O dado preocupante surge quando se compara o rendimento alcançado por esses diferentes grupos em avaliações objetivas. Tomando a nota do Sistema de Avaliação da Educação Básica como critério, pesquisadores mostraram que o rendimento dos filhos de mulheres com menor escolaridade, em 2005, seguia quase tão distante daquele dos oriundos de famílias mais escolarizadas quanto em 1995.

Em palestra na FGV, o economista americano James Heckman, Prêmio Nobel de 2000, relacionou essa ineficiência do ensino com a carência na oferta de educação pré-escolar. Em artigo para o livro "Educação Básica no Brasil" (ed. Campus), Heckman, em companhia de três economistas brasileiros, havia mostrado que 93% da diferença cognitiva medida entre estudantes de diferentes origens sociais aos 13 anos de idade já estava presente aos 5 anos de idade.


Ou seja, até essa faixa etária, a família e os diferentes estímulos recebidos pelas crianças são decisivos para a sua capacidade no futuro. Com o objetivo de compensar ao menos parte das deficiências no ambiente familiar dos mais pobres, é preciso que os governos ampliem depressa a oferta de educação pré-escolar de qualidade para esse segmento da população.


Publicado por:

Folha de S. Paulo, Opinião - Editoriais
Em 2/1/2010

Enviado por:
Tamara Gonçalves
Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana
Tel: +55 11 3472-1608

tamara@alana.org.br


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Boletim Especial de Fim de Ano

Enfim chegamos ao fim de 2009, satisfeitos com o que já construímos mas ainda ansiosos com o que falta fazer. Aproveitamos o momento inspirador para fazer uma retrospectiva do trabalho da Secretaria Executiva no último ano.

O Ano que Vai...
De janeiro para cá contamos com a entrada de diversos novos membros que fortaleceram nossa voz como rede. Agradecemos mais uma vez a todos, tanto pela disposição em unir suas forças às nossas, quanto pela acolhida por parte dos mais antigos.

Além do crescimento interno, a Rede também se tornou mais conhecida no cenário internacional. Seja pela participação “institucional” em eventos tais como a reunião preparatório (e o próprio encontro em si) do V Encuentro de la Red del Grupo Consultivo para la Primera Infancia, seja em função de contribuições individuais que levaram a Rede a ser conhecida em outros países a partir da representação no último World Forum.

Um ponto fundamental da gestão da Secretaria Executiva é a manutenção da sustentabilidade, tanto financeira quanto operacional da Rede. Para tanto contamos, no último ano, com parcerias fundamentais tais como as estabelecidas com a Fundação Bernard van Leer (ainda na gestão Promundo e, agora, expandida para o próximo ano) e com o IC&A. Vale lembrar que estas parcerias partem do princípio de cooperação mais genérica, não apenas do aporte de valores com a simples prestaçào de contas ao fim dos gastos.

A menina dos olhos de nosso trabalho no último ano foi o Plano Nacional Primeira Infância. Este projeto se destaca não só por tudo que o plano representa em termos de conquista para a Primeira Infância brasileira mas, especialmente, pelo empenho de todos envolvidos em sua elaboração, bem como pela abordagem democrática concretizada especialmente nas Consultas Públicas realizadas (com especial ênfase na consulta à crianças realizada em parceria com o Ato Cidadão e o IC&A).

Outro conjunto de ações significativas foram as mudanças efetivadas tendo em vista a ampliação da capacidade e da qualidade da comunicação intra rede. Neste contexto tivemos a elaboração de um boletim interno, o “Notícias da Rede”, que semanalmente divulga ações da Secretaria Executiva, além de informações relevantes sobre e para as orhanizações que compõem a rede. Uma segunda ferramenta criada este ano foi o blog da RNPI, com o qual procuramos estimular o debate a partir das notas divulgadas sobre eventos, artigos, notícias. A terceira ação consistiu na oficina de comunicação realizada em São Paulo, com a parceria da Rede ANDI. Esta oficina foi montada para que se pudesse discutir o conceito de trabalho em Rede, divulgando para os participantes diversas ferramentas de comunicação disponíveis atualmente na internet, de uso gratuito.

Por último, mas não menos importante, o ano de 2009 foi marcado por importantes mudanças na estrutura da RNPI. Em primeiro lugar foi montada uma equipe que cuida exclusivamente dos assuntos da Secretaria Executiva. Mais recentemente foi eleito o Grupo Gestor que, de acordo com o regimento interno, assumirá as definições estratégicas da rede cabendo à secretaria operacionalizá-las. Satisfeitos com os resultados de 2009, esperamos superar nossas atuação no ano que chega.

...O Ano que Vem
Algumas das ações antevistas para os próximos meses são: a continuação das melhorias na comunicação a partir da reformulação das ferramentas, como o site, e a criação de um portfolio impresso para utilizarmos na divulgação da rede; a replicação da oficina de comunicação em mais 3 estados; a expansão do número de membros rede, de acordo com critérios elaborados pelo Grupo Gestor para que comtemplemos maior representatividade geográfica e temática; a produção e a disponibilização de conhecimento a partir das ferramentas de comunicação existentes; a constante manutenção da sustentabilidade tanto a partir de novas parecerias como em função da renovação de acordos antigos; e, especialmente, o lançamento do Plano Nacional pela Primeira Infância e as ações decorrentes deste primeiro passo, como o monitoramento da tramitação do Plano e o incentivo e apoio à elaboração dos planos estaduais e municipais.


A equipe da Secretaria deseja a todos um novo ano iluminado, que traga consigo novos desafios mas que venha, também, recheado de conquistas! E que continuemos sempre unidos em nossa jornada!

Um abraço apertado,

Equipe da Secretaria Executiva da RNPI