terça-feira, 22 de setembro de 2009

Ano da França no Brasil discute Primeira Infância - II

Com relação ao tema das "Políticas Públicas a Favor da Criança", as apresentações foram dinâmicas e curtas, mas riquíssimas em conteúdo, tendo a representante do MEC apresentado as principais políticas públicas brasileiras, destacando o desafio de se criar uma identidade da educação infantil no Brasil, como espaço não da "preparação para a escola" mas de direitos da infância. Em seguida a Conselheira francesa trouxe um panorama das políticas públicas francesas atuais - assentadas em alguns pilares tais como o suporte à família para que esta possa optar por ser o principal ambiente de formação da criança até 3 anos, e o suporte a instituições como as creches, os jardins de infância e as escolas maternais, sendo estas últimas voltadas, diferentemente do Brasil, à introdução da criança de 3 a 6 anos no mundo da educação formal - mostrando, ainda, o longo processo (de mais de 2 séculos) de consolidação dessa identidade da primeira infância. Em seguida tivemos a explanação da professora Maria Malta que sinalizou a importante contribuiçao do campo da Sociologia da Infância na identificação de deficiências e desafios ainda presentes no cenário brasileiro como, por exemplo, a pouca atenção dada à transição da criança do ambiente de assitência e acolhimento das instituições de primeira infância para o ambiente educacional da escola.


Do debate aberto em seguida, trazemos para a rede dois questionamentos para que possamos contribuir com nossas opiniões, ampliando a discussão.


1 - O índice de matrícula das crianças de 3 a 6 anos nas escolas maternais da França é 100%. Esse dado fica ainda mais impressionante se considerarmos que esta marca foi alcançada sem que se optasse, em momento algum, pela obrigatoriedade da matrícula. Que tal pensarmos em estratégias para que o Brasil pudesse se aproximar desse patamar? Claro, considerando as diferenças históricas, geográficas e mesmo culturais.


2 - Uma crítica bastante comum (e reproduzida por um espectador) às políticas governamentais é preocupação com a "quantidade" isto é, com números e estatísticas relativos às crianças (como, por exemplo, a questão levantada acima). Em geral essa crítica aponta um detrimento da qualidade, ao se buscar essa maximização de números. Em resposta a essa crítica, há, entre outros, dois argumentos bastante fortes. Primeiro que mencionar quantidade não significa, automaticamente, desconsiderar a qualidade. É certo que a maior quantidade em si pode ser um desafio à própria manutenção de um padrão qualidade, mas nã significa que se tenha que escolher entre uma coisa e outra. Já o segundo argumento considera a quantidade como parte da qualidade afinal, não poderíamos falar de educação de qualidade, num país democrático, enquanto aquela não fosse disponível a todas as crianças. Dentro dessa discussão, como vocês enxergam o atual cenário de políticas públicas do país? E quais sugestões teria para que melhorássemos nesse sentido?

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